Liraglutida: caneta mágica ou vilã?
- teichmannde
- há 9 minutos
- 4 min de leitura
Nos últimos anos, a busca por soluções rápidas e eficazes para o emagrecimento tem levado muitas pessoas a recorrer a medicamentos como a liraglutida, popularmente conhecida como "caneta emagrecedora".

No entanto, será que essa alternativa farmacológica é realmente a melhor opção? Ou será que a atividade física, associada a hábitos saudáveis, continua sendo o caminho mais seguro e eficaz para alcançar e manter um peso saudável?
Nesse texto iremos explorar a realidade por trás da fama da caneta de Liraglutida e alertar para os possíveis efeitos indesejados que ela pode trazer para a sua saúde. Além disso, descobrirá o motivo pelo qual a velha receita de praticar atividade física continua sendo o padrão ouro para um emagrecimento saudável e duradouro.
Vamos nessa?
· O que é a Liraglutida?
· Os efeitos colaterais da Liraglutida
· A atividade física como alternativa saudável
· Liraglutida: vilã ou amiga?
O que é a Liraglutida?
A liraglutida é um medicamento originalmente desenvolvido para o tratamento de diabetes tipo 2, mas que ganhou popularidade nos últimos anos como auxiliar no emagrecimento.
Ela age imitando um hormônio chamado GLP-1, que regula o apetite e a secreção de insulina, promovendo sensação de saciedade e redução do apetite. No Brasil, é comercializada sob os nomes Victoza (para diabetes) e Saxenda (para controle de peso).
O laboratório Novo Nordisk viu seus lucros aumentarem de forma nunca antes imagináveis na história farmacêutica, tudo graças ao desenvolvimento da caneta de liraglutida para emagrecimento.
Logo que ficou disponível para comercialização, a febre se instalou a nível mundial, com o produto esgotando-se por todos os lados, graças às promessas de emagrecimento em tempo recorde e sem esforço.
A contraparte dessa fantástica história está nos possíveis efeitos colaterais da Liraglutida no organismo humano. Confira a seguir...
Os efeitos colaterais da Liraglutida
Apesar de sua eficácia no controle do peso, a liraglutida não está isenta de riscos. Estudos recentes apontam para efeitos adversos significativos associados ao seu uso:
Pancreatite: O uso de liraglutida está associado a um risco 9 vezes maior de desenvolver pancreatite, uma inflamação do pâncreas que pode ser grave e exigir hospitalização.
Obstrução Intestinal e Gastroparesia: Há um aumento de 4,22 vezes no risco de obstrução intestinal e de 3,67 vezes no risco de gastroparesia, condição que afeta o movimento do estômago, retardando o esvaziamento gástrico e causando náuseas e vômitos.
Problemas na Vesícula Biliar: Estudos indicam que o uso de liraglutida pode aumentar o risco de eventos adversos relacionados à vesícula biliar, como cálculos e colecistite.
Efeitos Gastrointestinais Comuns: Sintomas como náuseas, vômitos, diarreia e constipação são frequentemente relatados por usuários de liraglutida.
Além disso, a liraglutida é contraindicada em pacientes com histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular da tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2.
Outro importante fator a ser considerado é que o emagrecimento promovido pela Liraglutida é, em parte, às custas de perda de massa muscular junto com a redução da gordura corporal, o que acende um alerta para a sarcopenia com o passar do tempo.
Preocupante!
A atividade física como alternativa saudável
Diferentemente da liraglutida, a prática regular de atividade física oferece uma série de benefícios para a saúde, sem os riscos associados ao uso de medicamentos.
Estudos científicos comprovam que a combinação de exercícios aeróbicos e de força é eficaz na redução de peso, melhora da composição corporal e prevenção de doenças crônicas.
A atividade física regular ajuda a:
Reduzir o Percentual de Gordura Corporal: Exercícios praticados na intensidade correta são eficazes na queima de calorias e redução da gordura corporal.
Melhorar a Sensibilidade à Insulina: A prática regular de exercícios melhora a resposta do corpo à insulina, auxiliando no controle do diabetes tipo 2.
Fortalecer o Sistema Cardiovascular: Atividades físicas direcionadas fortalecem o coração e os pulmões, reduzindo o risco de doenças cardiovasculares.
Aumentar a Massa Muscular: Exercícios de resistência aumentam a massa muscular, o que pode acelerar o metabolismo e auxiliar na manutenção do peso.
Melhorar o Bem-Estar Mental: A prática de atividades físicas libera endorfinas, neurotransmissores que promovem sensação de bem-estar e reduzem o estresse e a ansiedade.
Além disso, a atividade física regular contribui para a melhoria da qualidade do sono, aumento da energia diária e fortalecimento do sistema imunológico.
É uma alternativa para um emagrecimento saudável e duradouro, afinal, o uso da “caneta mágica” proporciona resultados instáveis, vinculados ao uso constante do análogo de GLP-1.

Liraglutida: vilã ou amiga?

Embora a liraglutida possa oferecer resultados rápidos na perda de peso, ela não é uma solução mágica e apresenta riscos significativos à saúde.
Ela realmente pode auxiliar no emagrecimento, contudo, ser utilizada como única ferramenta para atingir os objetivos de redução de IMC pode ser um tanto desafiador para a sua saúde, além de necessitar de acompanhamento médico para o uso contínuo.
A atividade física, por outro lado, é uma abordagem segura, eficaz e sustentável para o emagrecimento e manutenção de um estilo de vida saudável. Portanto, investir em hábitos saudáveis, como a prática regular de exercícios físicos, é a melhor escolha para quem busca resultados duradouros e qualidade de vida.
Nesse aspecto, caso você seja muito fã da famosa “caneta emagrecedora” não deixe de consultar seu médico de confiança e associar a prática de atividade física de maneira regular em sua rotina para que os resultados sejam, não apenas evidentes, mas também mais perenes.
Se você está em busca de orientação para iniciar ou aprimorar sua rotina de exercícios, a Breakfit está pronta para ajudá-lo a alcançar seus objetivos de forma segura e eficaz.
Se quiser mais informações, chame no whatsapp
Bora treinar e ser mais saudável!
------

Escrito por André Teichmann, estudante de medicina UFCSPA.
Comments