Burnout: a epidemia silenciosa que afeta a vida de quem trabalha
- denise pagnussatt
- 26 de jul.
- 6 min de leitura
Nos últimos anos, a saúde mental tem sido pauta constante, e não é para menos. Dados recentes apontam para uma crescente epidemia de doenças mentais, impactando significativamente o cenário global do trabalho.

O estresse crônico, a ansiedade e a depressão não são mais apenas questões individuais; tornaram-se desafios que afetam a produtividade, a criatividade e o bem-estar de equipes inteiras.
Nesse cenário, o Burnout emerge como uma das condições mais preocupantes, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um fenômeno ocupacional.
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O que é Burnout?
De acordo com uma revisão sistemática recente publicada no Journal of Occupational Health (Al-Dubai et al., 2021), o burnout é uma síndrome psicológica resultante do estresse crônico no trabalho, que não foi gerenciado com sucesso.
O Burnout se manifesta através de três dimensões principais: exaustão emocional, despersonalização (ou cinismo) e baixa realização profissional.
Em outras palavras, é quando sua energia mental e física se esgota, você se sente desconectado do seu trabalho e das pessoas, e a sensação de que não está contribuindo ou sendo eficaz toma conta.
Causas e Sintomas do Burnout
As causas do burnout são multifacetadas e, frequentemente, estão ligadas à dinâmica do ambiente de trabalho.
Conforme destaca um estudo da International Journal of Environmental Research and Public Health (Maslach & Leiter, 2021), fatores como altas demandas de trabalho, falta de controle, desequilíbrio entre esforço e recompensa, falta de apoio social, valores organizacionais conflitantes e injustiça podem contribuir para o desenvolvimento da síndrome.
Os sintomas do burnout são igualmente variados e podem afetar diferentes áreas da vida de uma pessoa. Segundo uma publicação na Frontiers in Psychology (Rotenstein et al., 2022), eles incluem:
Fadiga e exaustão persistentes: Mesmo após períodos de descanso, a sensação de cansaço não desaparece.
Irritabilidade e impaciência: Pequenos contratempos podem gerar reações exageradas.
Problemas de concentração e memória: Dificuldade em focar nas tarefas e esquecimentos frequentes.
Insônia ou sono não reparador: O corpo e a mente não conseguem relaxar completamente.
Dores de cabeça, musculares e outros problemas físicos: O estresse se manifesta no corpo.
Sentimento de desesperança e negativismo: Uma visão pessimista em relação ao futuro e ao trabalho.
Isolamento social: Afastamento de amigos, família e colegas.
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Burnout no Brasil: dados alarmantes de 2024
No Brasil, a situação do Burnout é preocupante. Dados recentes do governo brasileiro de 2024 revelam um aumento expressivo nos diagnósticos de Burnout, com um número crescente de afastamentos do trabalho por essa condição.
Isso demonstra a urgência de abordar o problema e implementar estratégias eficazes de prevenção, tanto no âmbito individual quanto corporativo.
Aumento de 68% nos afastamentos por transtornos mentais em 2024: O Brasil registrou mais de 470 mil afastamentos do trabalho devido a transtornos mentais, incluindo ansiedade, depressão e burnout. Esse número representa um salto de 68% em comparação com o ano anterior (2023).
54 afastamentos por hora: Essa estatística alarmante mostra a intensidade do problema no dia a dia dos trabalhadores brasileiros em 2024.
Crescimento de 1.000% em relação a 2014: Embora os dados anuais variem um pouco na forma como são apresentados, um dado notável é que o número de trabalhadores afastados especificamente pela síndrome de Burnout quadruplicou de 2020 a 2023, e houve um aumento de mais de 1.000% em relação a 2014. Isso demonstra uma tendência de crescimento exponencial ao longo da última década.
Impacto financeiro: O custo para os cofres públicos com benefícios pagos pelo INSS devido a afastamentos por transtornos mentais pode ter chegado a aproximadamente R$ 3 bilhões apenas em 2024.
Esses números reforçam que o Burnout e outros transtornos de saúde mental no trabalho são uma crise de saúde pública e um desafio econômico significativo para o país. A urgência de ações de prevenção e apoio é cada vez maior.
5 Dicas essenciais para prevenir o Burnout
Prevenir o Burnout é um investimento na sua saúde e bem-estar, apresentamos 5 dicas:
Estabeleça Limites Claros: Aprenda a dizer "não" a tarefas extras quando sua capacidade já estiver no limite. Defina horários para começar e terminar o trabalho e evite levar trabalho para casa.
Faça Pausas Regulares: Pequenas pausas durante o dia de trabalho podem fazer uma grande diferença. Levante-se, alongue-se, tome um café ou simplesmente respire fundo por alguns minutos.
Cultive Hobbies e Interesses Fora do Trabalho: Tenha atividades que te deem prazer e te ajudem a relaxar. Isso pode ser ler, cozinhar, pintar, tocar um instrumento ou passar tempo com amigos e família.
Priorize um Sono de Qualidade: A privação de sono agrava o estresse e a fadiga. Tente manter uma rotina de sono consistente, criando um ambiente tranquilo e escuro no seu quarto.
Adote uma Rotina de Atividade Física de Alta Intensidade: A prática regular de exercícios físicos é um poderoso antídoto contra o estresse e um grande aliado na prevenção do Burnout. E quando falamos em alta intensidade, os benefícios são ainda maiores!
O poder da Alta Intensidade (HIIT)
O HIIT (High-Intensity Interval Training), ou Treinamento Intervalado de Alta Intensidade, é uma modalidade de exercício que intercala períodos curtos de exercícios muito intensos com períodos de recuperação ativa ou descanso.
Um estudo publicado no Journal of Strength and Conditioning Research (Boutcher & Gibala, 2021) descreve o HIIT como uma estratégia eficaz para melhorar a capacidade cardiorrespiratória e metabólica em um curto período de tempo. Isso significa que você consegue resultados significativos em menos tempo!
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Benefícios do HIIT para Saúde Mental
Além dos benefícios físicos já conhecidos, como queima de gordura e ganho de massa muscular, o HIIT oferece vantagens incríveis para a sua saúde mental e para combater o burnout. Pesquisas como a de Vancampfort et al. (2022), publicada na Sports Medicine, indicam que o exercício físico de alta intensidade pode:
Reduzir o estresse e a ansiedade: A liberação de endorfinas durante o exercício age como um analgésico natural e melhora o humor.
Melhorar o humor e combater a depressão: A atividade física regular estimula a produção de neurotransmissores como serotonina e dopamina, que estão ligados ao bem-estar.
Aumentar a energia e a disposição: Mesmo cansado, o exercício pode paradoxalmente te dar mais energia.
Melhorar a qualidade do sono: Contribui para um sono mais profundo e reparador.
Promover a resiliência mental: Ajuda o corpo e a mente a lidar melhor com o estresse e os desafios do dia a dia.

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Leia também: Atividade física: qual a duração ideal?
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Fontes
Al-Dubai, S. A., Al-Naggar, R. A., Al-Shagga, M. A., & Al-Amad, S. H. (2021). Burnout and its associated factors among healthcare professionals: A systematic review. Journal of Occupational Health, 63(1), e12260.
Maslach, C., & Leiter, M. P. (2021). The Maslach Burnout Inventory: Research, Theory, and Application. International Journal of Environmental Research and Public Health, 18(17), 9070.
Rotenstein, L. S., Sen, S., & Mandl, K. D. (2022). Exploring burnout among healthcare professionals during COVID-19: A comprehensive review. Frontiers in Psychology, 13, 839566.
Boutcher, S. H., & Gibala, M. J. (2021). High-intensity interval training for health and fitness. Journal of Strength and Conditioning Research, 35(Suppl 1), S1-S8.
Vancampfort, D., De Hert, M., Knapen, J., Probst, M., & Sienaert, P. (2022). High-intensity interval training in people with mental health disorders: A systematic review. Sports Medicine, 52(4), 793-809.
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